Eunice Chipululo, jovem angolana natural do Bié, é advogada de profissão. Ingressou na Universidade Europeia do Atlântico em Setembro de 2020, e frequentou o mestrado em Resolução de Conflitos e Mediação, tendo terminado com a formação no mês de outubro do corrente ano.
Em entrevista, Eunice nos conta que diariamente tem que lidar com situações complexas ligadas à sua profissão como, por exemplo, com casos de violência familiar. Por esta razão escolheu frequentar um curso que a capacitasse a intervir com maior conhecimento e profissionalismo.
Nos fale da sua experiência no campus virtual da UNEATLANTICO durante os dois anos?
No princípio foi difícil adaptar-se ao processo de integração devido à conexão de internet, que ainda não é estável no nosso país, mas no percorrer da formação consegui tomar conta da situação, tanto que solicitei contactos de outros estudantes angolanos que frequentavam o mesmo curso que eu. A instituição ajudou a me conectar e criei um grupo no WhatsApp, onde temos estado a trocar experiências. Mesmo tendo terminado o curso, eu e mais três colegas recebemos novos integrantes, motivamos e partilhamos a nossa experiência.
Terminou o ciclo formativo e dispensou a defesa. Qual é o segredo e como se sente?
O sentimento é de muita satisfação, dispensar a defesa é algo que eu muito sonhava. O curso de Resolução de Conflitos tem uma cláusula segundo a qual o estudante que tenha a máxima nota no trabalho de fim do curso dispensa a defesa. Foi exatamente o meu caso, o meu trabalho teve uma classificação de 10 valores, cotação máxima e não fui à defesa. Não foi fácil, essa classificação é resultado de um trabalho aturado, muita dedicação, resiliência, graças ao incentivo de colegas, e com a ajuda da tutora consegui e hoje sou mestre.
Quais os maiores desafios da formação à distância ou EAD?
Os maiores desafios prenderam-se pela dificuldade de internet. Os estudos à distância exigem disponibilidade de internet para se efectivar. Uma outra foi o enquadramento da língua espanhola e pelo facto de a formação ser à distância, o que exige muito empenho da nossa parte como estudante. Superei todas as dificuldades, até porque o espanhol é uma língua parecida ao português, consigo entender e posso me comunicar minimamente, tenho noções básica já falo “cómo va la cosa, cómo está usted” e muito mais (risos).
Para além da aquisição do conhecimento científico, que outros ganhos obteve desta experiência?
A par do conhecimento científico que melhorei bastante, ganhei uma família. Criamos laços que hoje transcendem do grupo de estudo, planejamos marcar um encontro presencial com os meus colegas que vivem em outras províncias de Angola. Tive interacção com colegas de outros países, trocamos conhecimentos, partilhamos sobre as culturas, saí a ganhar bastante.
Agora, a estudante Eunice Chipululo, mestre em Resolução de Conflitos, incentiva a camada jovem angolana a fazer como ela: “apostar na formação, apesar de ser a distância, a formação é de qualidade e nos facilita porque não precisamos nos ausentar do ciclo familiar nem abandonar o trabalho. Existem cursos muito ricos, as propinas são acessíveis, o que facilita bastante, principalmente porque a FUNIBER (Fundação Universitária Ibero-americana) dispõe de um programa de bolsas de estudo, do qual eu fiz parte”.