A Academia Angolana de Letras realizou ontem mais uma Conversa da Academia à Quinta-feira. Foi a primeira conferência do ciclo de julho, intitulada "Articulação do espaço de países de línguas portuguesa e espanhola e acção de Angola ", que foi proferida pelo académico madrileno Frigdiano Álvaro Durántez Prados, sob moderação do crítico literário António Quino. Registou-se a participação de académicos de Angola, Espanha e Portugal. Álvaro Durántez falou do momento histórico em que se encontra o processo de articulação multinacional dos países de línguas ibéricas, da aproximação que vem ocorrendo entre todos os países ibero-falantes, bem como da visível convergência entre o espaço ibero-americano e aquele formado pelos Estados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O antigo assessor da Casa do Rei de Espanha, El-Rey Dom Felipe Vl, galardoado com a Ordem do Mérito Civil no seu país, na categoria de Comendador, Académico Honorário da Academia de Diplomacia, dírector de Relações internacionais da Fundação Universitária Ibero-Americana (FUNIBER) e director da Cátedra FUNIBER de Estudos Ibero-americanos e da Iberofonia, enfatizou a posição de Angola na articulação de um Espaço Multinacional de países de língua espanhola e portuguesa de todos os continentes, que "representa mais de 850 milhões de pessoas, sendo o primeiro bloco linguístico do mundo, que acolhe a décima parte da população mundial".
Referiu que o facto de a Universidade Internacional do Cuanza, implantada na província do Bié, ser a primeira da rede da FUNIBER criada no continente africano, é sintomático na medida em que foi fundada numa visão ampla da iberofonia, na qual o português, língua oficial na República de Angola, convive em completa harmonia com a língua espanhola.
Rematou, assegurando que “devemos trabalhar a favor daquilo que nos une, contra os aspectos que restringem a consolidação da cooperação bilateral e triangular entre países de vários continentes, para o desenvolvimento e bem-estar dos seus povos".
Frigdiano Álvaro Durántez Prados é pioneiro na corrente contemporânea da Iberofonia ou Pan Iberianismo, uma tendência geopolítica e cooperativa que defende a definição e articulação de um Espaço Multinacional de países de língua espanhola e portuguesa de todos os continentes.