A Universidade Internacional do Cuanza (UNIC) e o Instituto Nacional de Desminagem (INAD) realizaram no dia 23 de Agosto do corrente ano, a primeira palestra sobre educação de riscos de minas, no Campus Universitário com os trabalhadores da construtora Torre Alta, nesta primeira fase.
A iniciativa surge em função do aumento do número de casos de explosão de engenhos nos últimos tempos nas províncias mais assoladas pelo conflito armado, como é o caso do Cuando Cubando, Huambo, Bié e Benguela, que, segundo dados da organização não-governamental (ONG) britânica The Hello Trust, nos últimos meses pessoas perderam a vida e outras ficaram deficientes, a exemplo de Benguela e Cuando Cubango.
Em sinal de parceria para esta missão social, a UNIC, na pessoa do Director de Construção Engenheiro Jose Antonio Esteban solicitou uma palestra de conscientização sobre os perigos de minas ao INAD do Bié para os seus funcionários, neste particular os da construtora da Universidade como prevenção face a eventuais situações. Em resposta, na última quarta-feira uma equipa constituída por quatro técnicos de Educação sobre os Riscos de Minas (ERM) do Cuito realizou a primeira palestra, onde funcionários da Torre Alta receberam informações importantes concernente aos cuidados e a posição a tomar no acaso de se encontrar diante de um engenho explosivo ou mina.
Para melhor compreensão foram usadas gravuras com ilustrações de diferentes tipos de minas antipessoais e antitanques, bem com figuras sobre cuidados a tomar face a uma mina. Os trabalhadores receberam a informação com grado, tendo ficado em alerta, porquanto, segundo explicou o Técnico do INAD Emanuel Sahunje, “ninguém sabe aonde está a última mina de Angola” devido a dispersão de engenhos durante o conflito que se viveu, e destacou a importância da informação dos cuidados sobre os riscos de minas para as comunidades de maneira geral, e para os trabalhadores do campus.
Emanuel sublinhou os principais aspectos que estão na base da maior causa de morte por mina no mundo: “o desconhecimento, a curiosidade e o excesso de confiança”. Por isso mesmo justificou: “viemos aqui para passar alguns procedimentos básicos que os trabalhadores devem ter em consideração na eventualidade de encontrar um objecto estranho ou mesmo um engenho ou mina para evitar danos maiores, pois em causa está o bem vida”, afirmou Emanuel Sahunje.
Aconselhou aos funcionários a terem o máximo cuidado no sentido de, na presença de um objecto estranho ou mesmo um engenho, o ideal é isolar o perímetro com algum sinal, abandonar e imediatamente comunicar às autoridades competentes.
Odete Satchova, Técnica de ERM, chamou atenção aos pais e encarregados de educação a primarem por aconselhamento constante às crianças no intuito destas evitarem tocar em objectos desconhecidos. É recorrente na sociedade biena, crianças com a prática comercial de ferros recolhidos aos arredores dos bairros e matas por causa do fenómeno pesagem. Por essa razão, a técnica insiste que os pais devem redobrar os cuidados com os filhos desincentivar tais práticas.
Adelaide Tchitue, estudante de Engenharia Civil na UNIC, por meio de uma bolsa de mérito colabora na empresa Torre Alta construtora da Universidade; considera a iniciativa da formação uma mais valia para o trabalho que faz. “Estamos constantemente a fazer trabalhos de escavação e terraplanagem, foi um aprendizado muito importante e interessante para nós que lidamos com o campo todo os dias. Podemos eventualmente encontrar objectos estranhos e a falta de conhecimento pode ser fatal. Foi muito proveitoso aprender sobre os procedimentos a ter em conta em caso de nos depararmos com objectos estranhos”, disse Adelaide, que defende que a UNIC e a Torre Alta continuem nessa parceria e no comprometimento de transmitir conhecimentos para a sociedade em geral.