O Ministro da Cultura e Turismo, em Angola, Doutor Filipe Zau, realizou, no passado dia 27 de Novembro, na Universidade Internacional do Cuanza (UNIC), uma conferência de impacto académico e cultural sobre Africanidade, Angolanidade, Identidade; o respeito à diferença.
A conferência contou com a presença do Governador da Província do Bié, Engenheiro Pereira Alfredo, membros do Governo, o Reitor da UNIC Dr. Carlos Jélvez Martínez, o Director das Relações Institucionais da Fundação Universitária Iberoamericana (FUNIBER) e Director da Cátedra FUNIBER e de Estudos Iberoamericanos e Iberofonia, onde a UNIC é membro, Dr. Frigdiano Álvaro Durantéz Prados, decanos, professores, estudantes da UNIC e não só, bem como a presença dos meios de comunicação social locais.
O palestrante destacou aspectos relevantes defendidos pelos pensadores africanos em relação à identidade africana, realçando os grandes movimentos como o Pan-Africanismo e a Negritude, este último, movimento cultural que defende a identidade africana. O Ministro e docente universitário apresentou uma análise comparativa dos diferentes significados que os seres humanos inculcaram, em relação a cor negra atrelada ao lugar de nascimento.
Filipe Zau defendeu que a cor não é um elemento absoluto de identidade. Apoiando-se à ideia do pensador africano Mia Couto, que descontrói o conceito de raça como um grupo étnico: “a minha raça sou eu mesmo, a pessoa é uma humanidade individual. Cada homem é uma raça. A pessoa humana é tão somente um biopsicossocial inserido num contexto cultural específico”, Mia Couto.
O palestrante fez alusão à lei constitucional angolana que defende que todos os cidadãos humanos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos, e são sujeitos aos mesmos deveres sem distinção de ideologia, religião, nível de instrução, e que nenhum angolano é inferior ao outro.
Bernardo Honjo, estudante de Administração da UNIC, assistiu à palestra e disse: “foi uma aula magna que recebi do Sr. Ministro da Cultura, hoje aprendi que angolanidade significa a nossa identidade, que é única, e que nos liga com as diferentes culturas. Aprendi que devemos valorizar o que é nosso e a respeitar a diversidade cultural, pois é isso que nos torna ricos”.
O Dr. Álvaro Durántez Prados assinalou quão fundamental a abordagem do Ministro, e disse que a palestra serviu para "aproximar-nos aos conceitos chaves da africanidade, identidade e angolanidade", mesmo sendo europeu através dos conceitos culturais e a ligação linguística sustentada pela iberofonia (a união da língua portuguesa e espanhola), que visa constituir um espaço multinacional linguístico.
A palestra que congregou cerca de 300 participantes, suscitou grande interesse e os estudantes contribuíram directamente com intervenções muito positivas.
No final da conferência, o Ministro Zau e a sua comitiva fizeram uma visita guiada ao Campus Universitário da UNIC.